terça-feira, 16 de setembro de 2008

Praieira, concurseira, quero mais o que eh eh...

As pessoas normalmente sentem simpatia por alguma profissão, sentem que possuem vocação para alguma coisa desde a infância ou a partir da adolescência. Esses sentimentos às vezes nos levam a seguir carreira ou então são passageiros e logo encontramos algo de que gostamos mais. Isso acontece em qualquer lugar, mas não em Brasília. Aqui a sensação que temos é que todo mundo já nasce fadado a lutar com unhas e dentes por uma vaga em alguma órgão, galgar qualquer cargo, em qualquer mesa de qualquer repartição pública. Não tem outro jeito, tem que ir, meter a cara nos livros, fazer cursinhos, mais cursinhos e mais provas, provas e torcer para ser classificado e continuar torcendo para ser chamado.Sei que existem muitas e muitas pessoas em Brasília que foram na direção contrária e estão no setor privado, cumprindo 40 horas semanais, sendo legal com o chefe, torcendo por um aumento, como qualquer trabalhador mortal. Mas é difícil, vou te contar...Em São Paulo, eu lembro que era o contrário. Se você dissesse que era de algum órgão as pessoas já olhavam torto e te imaginavam fazendo corpo mole, como é a fama do trabalho no setor público. Mas aqui realmente é um crachá, um ótimo cartão de visitas você dizer que é funcionária pública, dependendo do órgão então....beleza!Eu vou dizer que já me sinto inundada por esse sentimento comum de todo brasiliense, o da frustração. Frustração por não estar estudando o que deveria, um sentimento que estamos perdendo tempo por não estar estudando mais. Prá que dormir? Prá que finais de semana? Internet? Orkut? Quanta perda de tempo....De fato é mesmo. Porque sei que esse é o único modo de conseguir uma vaga que me traria mais remuneração, estabilidade, mas tem horas que dá uma revolta dessa pressão toda. O que você está fazendo? Estudando, estudando, estudando, estudando. É a resposta de 11 em cada 10 brasilienses. Eu escrevo esse texto para desabafar, mas sei que não adianta chorar e resmungar, porque o jeito é aceitar que aqui é a cidade do funcionalismo público e que o rio corre nessa direção.